Eis me aqui
frente a frente com tua face
frente a frente com teus olhos
frente a frente com o tempo
presente
Mergulhemos juntos nos abismos sagrados do amor
Nas profundezas do sem nome
e do sabor
Nos lábios, guardemos apenas o silencio daquele amor não dito
Desnecessário dizer qualquer coisa
O amor fala por si só
Nessa fala silenciosa só cabe mesmo
o amor
Eis me aqui
dei as costas para o que não é
abandonei as partes
e as metades
Sou inteira
Sou tudo
Sou nada
Eis aqui aquilo que sou
Bem diante de ti
Bem diante de mim
Onde estão os espaços
separados,
Aqueles que um dia foram tão densos como nuvens
Tão pesados como plumas
Onde estão eles...agora?
Nos perdemos nesse achar
Jogamos fora tudo aquilo,
deixamos só o rastro das vestes abandonadas
E nesse abandonar de vestes
e de peles,
Renascemos
Vivos, novos, recém-natos
Eis-me aqui...
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