Acolho a vida como a flor acolhe a abelha
O alto e o baixo
o antes e o depois
Acolho o inverno e o verão
a luz e a sombra
o sim e o não.
Acolho aquilo que se apresenta
e nesta instante reconheço
que aquilo, ou isto
são apenas faces
de um realidade
total.
Se acolho tudo
não perco
nada,
Se nego a parte
perdi
o
todo.
Ser tudo é
ser nada...
Negar o alto, é perder o baixo,
negar o frio, é perder também o calor,
o preto e o branco
o bem o o mau
são somente faces de uma mesma
realidade
total.
Acolho a vida
como a flor e a abelha se encontram
na mais profunda intimidade
e compreensão.
Não encontro limites entre o sim e o não
descubro pontes e janelas
que me fazer compreender que as barreiras são vãs
e servem apenas para que a Totalidade
brinque suas sempre novas
brincadeiras.
Acolho o medo e a coragem,
Acolho e percebo que classificação, não diz
Acolher a vida é simplesmente abri-se
e deixar a vida
acontecer
assim...
Acolho como o rio acolhe o caminho,
com suas águas corredeiras
encontra pedras e também penhascos,
isso não desfaz sua capacidade
de enfrentar brincando
todos os obstáculos.
Acolho o dia e também a noite
o prazer e a dor,
o sorriso e a lágrima,
o prazer e a dor,
o sorriso e a lágrima,
Sem meias medidas encontro completude
seja na areia da praia
seja no verso,
poema,
canção...
Não somos parte nenhuma
Não somos pingos, nem gotas,
Somos o Universo inteiro
que se disfarça
de eu ou você.
Universo que canta e dança,
que também nasce e morre,
que se irrita e sorri
que se faz sonâmbulo ou não...
Acolher a Totalidade
é acolher o Si mesmo e bem mais
é tecer as tramas faceiras
e nelas mesmas
se esconder...
Acolho aquilo que É
mesmo sem compreender
Pois nesse acolher existe SIM
A Totalidade do Ser.
Se acolho encontro a Paz
e descanso completamente
no berço do Ser..
( Lilian Amorim)
( Lilian Amorim)
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