Recolho aquelas cartas em branco
das noites mal adormecidas
noites em que os sonhos eram lúcidos
a saudade plena
e as lágrimas jorravam naquela falta absurda de um alguém
Alguém que jamais veio
Alguém que apenas me olhava passar
e pela janela me sentia, me amava e me dizia com olhos
Todo Amor... e Eternidade
Hoje recolho aquelas cartas em branco
falas que nem foram ditas
paixão que nem chegou a acontecer
Mas me pertence pela eternidade
Pois nem o tempo, nem as vidas são mais fortes que o Todo Amor
Essas cartas em branco são pura saudade
Guardo-as todas juntas, e coloco meu coração junto delas
O vazio é pleno
O silêncio é sopro
O Amor é vasto
Nada peço
Apenas guardo na plenitude desta vastidão sem nome
aquela presença amorosa que me olhava
e tendo-o aqui para sempre
amando-o completamente,
deixo-o passar...

Nenhum comentário:
Postar um comentário